22 de jul. de 2010

Ato Falho : Casamento Gay na América Latina


Juíza argentina se nega a casar gays mesmo que 'custe sua própria vida”

16/07/2010 fonte: g1.globo.com

Juíza argentina se nega a casar gays mesmo que 'custe sua própria vida”. “Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor”, diz Marta Covella.

Uma juíza de paz argentina afirmou nesta sexta-feira (16) que jamais realizará o casamento de casais homossexuais, um dia depois de o Senado aprovar uma lei que autoriza essas uniões.

"Que me acusem do que quiser. Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor, mesmo que custe meu posto, e mesmo que me custe a vida, porque primeiro está o que Deus me diz", afirmou Marta Covella, juíza de paz da cidade de General Pico.

Fui criada lendo a Bíblia e sei o que Deus pensa. Deus ama a todos, mas não aprova as coisas ruins que as pessoas fazem. E uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus", assinalou.

A Argentina se converteu na madrugada de quinta-feira no primeiro país da América Latina a autorizar o casamento entre homossexuais, com uma histórica e longa votação no Senado.

A lei foi aprovada com 33 votos a favor, 27 contra e 3 abstenções, depois de uma sessão que durou mais de 13 horas e apesar da oposição da Igreja católica, que liderou uma intensa mobilização social para impedir a aprovação do projeto.

A iniciativa, apoiada pelo governo peronista da presidente Cristina Kirchner, acabou por aprovar a lei que autoriza os casamentos gays, fazendo com que a Argentina se converta no primeiro país da América Latina a autorizar esse tipo de união em nível nacional e o décimo no mundo, depois da Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia.

A nova legislação visa a reformar o Código Civil mudando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes" e prevê igualar os direitos dos casais homossexuais com os dos heterossexuais, incluindo os direitos de adoção, herança e benefícios sociais.

A Igreja lançou na última semana uma forte ofensiva contra a lei e mobilizou na terça-feira milhares de seus fieis para pressionar contra sua aprovação.


Padre homofóbico gastou um milhão de dólares em michês

07/07/2010 - 11h29 Fonte: g1.globo.com

Padre católico homofóbico é preso por gastar mais de um milhão de dólares com garotos de programa. O padre católico Kevin J. Gray, 64, de Connecticut, foi preso por ter desviado 1.3 milhão de dólares da sua paróquia nos últimos sete anos. O dinheiro foi usado para pagar por serviços sexuais de homens, estadias respectivas em hoteis de cinco estrelas, e compras de luxo.

O padre era membro ativo da Family Life Office, organização que luta contra os direitos civis de casais de gays e lésbicas. Sua paróquia, ainda, é patidária da Manhattan Declaration, que pede para que todos os Cristãos desobedeçam todas as leis que dão direitos aos LGBT.

Outros Casos:



Pastor pedófilo abusou de 8 crianças. Até protestantes da Universal estão reclamando?

Fonte: www1.folha.uol.com.b

Antônio Hilário Filho, da igreja Nova Jerusalém, foi preso sob acusação de ter abusado de pelo menos oito garotos

A pequena cidade de Marcelândia (MT) fica a 253 km de Cuiabá e tem 14 mil habitantes. Ficou sem delegado de polícia durante 5 anos e, por isso, era uma terra sem lei, lugar ideal para a ação de ladrões, traficantes, estupradores e assassinos. Na igreja Evangélica Nova Jerusalém, comandada pelo pastor Antônio Hilário Filho, de 53 anos, 85% dos membros que freqüentavam os cultos eram crianças e adolescentes. O líder espiritual mantinha dois times de futebol e uma banda de música. Na cidade, comentava-se que essas eram as formas de atrair as vítimas. Mas apenas no sábado (20), o que era desconfiança se confirmou: Hilário foi preso na casa dele depois que a polícia ouviu depoimentos de três crianças que sofreram abuso do pastor.

O delegado Luiz Henrique de Oliveira, que chegou em Marcelândia há 3 meses e já prendeu 12 pessoas, deteve, preventivamente, o religioso. Dias depois, Hilário confessou, segundo o delegado, ter abusado de oito garotos. “Nem podemos afirmar o número certo de vítimas. Devem surgir novos casos ainda. Todos são meninos e alguns passaram 2 anos sendo abusados pelo pastor. O mais velho tem 15 anos”, relata o delegado. Além de pedófilo, Hilário costumava também caçar animais silvestres. Convidou um garoto para caçar com ele e, no local, usou a espingarda para ameaçar a vítima.

Outros Casos:


A pergunta no último vídeo é; - Será que o problema é só na Igreja Católica?

A resposta é um sonoro Não! Como podemos ver nos casos dos pastores pedófilos. Agora, depois desse pronunciamento dessa senhora juíza argentina, deve-se também perguntar; - Deve o juiz pôr seus princípios religiosos (e não morais) à frente de seu dever como representante do judiciário?

Pensemos.

Inicialmente, devemos falar do problema da pedofilia e dos abusos sexuais contra menores como um “problema recente”. É recente enquanto ato violento tratado atualmente como um problema social, porque só agora esses menores sentem segurança de confidenciar aos pais tais atos sofridos, e estes, por sua vez, não sentem mais vergonha da sociedade em denunciar tais violações.

Colocando em um padrão “antropológico”, tal abuso sempre ocorreu. A situação de pessoas dominantes que se consentem a liberdade de possuir de forma involuntária (ou voluntária) um menor sempre ocorreu, e na maioria dos casos, com os louros da impunidade. Pensemos na sociedade grega, na qual os pais entregavam seus filhos para os velhos com a intenção que estes ensinassem os primeiros as “lições da vida”. Na Idade Média, entre os rumos dos conventos e seminários a situação não era diferente. E atualmente, nos pequenos grupos evangelizadores a mesma coisa ocorre. Culpa do agressor, mas também dos pais que ensinam seus filhos a não receberem balas de estranhos, mas entregam seus filhos nas mãos de pessoas que “imaginam “ serem de Deus.

Realmente, do jeito que as coisas caminham, parece que estamos longe de solucionar o problema, até porque não sabemos ainda como tratar o problema. Imaginemos que um religioso revele que possui tendências pedófilas (mas nunca a praticou) e um outro que também se sente “doente” mas concluiu tal desejo. É evidente que, enquanto pessoas comuns, iremos observar o primeiro como uma pessoa que precisa de tratamento e o segundo, de uma boa surra. E dependendo da situação, procuraremos a justiça dos homens.

Dom Eduardo Benes afirmou que; - “Onde está o ser humano está a possibilidade de falha”. E mais, “A igreja lamenta a pedofilia, não só quando ela é praticada por um de seus membros, mas também quando ela é praticada por um médico, um professor, ou por qualquer pessoa. É sempre uma coisa muito triste. Triste tanto para a vítima quanto para a parte que a comete.”

Entretanto, a situação desses religiosos é bem diferente. Temos exemplos vastos de “garotos do interior” que não sabendo lidar com sua natureza homossexual, procuram a igreja como forma de “cura”. Tornam-se excelentes religiosos, porém, com vários desejos reprimidos, estes se tornarão pessoas conflituosas, até encontrarem um escape...

Se o mundo é perverso e hipócrita, a Igreja também é, e não pode se ver livre dessa nódoa vergonhosa. Não porque “60% dos sacerdotes acusados de abusos sexuais são homossexuais e sentem atração por adolescentes” (porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi), mas porque nnunca cogitou a possibilidade de autorizar uma vida conjugal para estes.

Hoje, apesar de que nem a comunidade científica, nem os grupos religiosos e nem os homossexuais têm chegado a um acordo sobre o que seja a homossexualidade. Estes últimos já se aceitam como representantes de uma sociedade na qual os mesmos contribuem e sequem deveres. Aceitam-se mais cedo e não precisam se esconder detrás de um casamento imposto e nem de uma batina e hoje também reivindicam seus direitos.

O Código Civil que incluiu a lei que reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo na Argentina não é para fazer com que casais de homens ou mulheres corram para a igreja mais próxima e se casem diante das bênçãos da Santa Igreja. Até porque, a maioria já vivem juntos há anos. O que eles queriam e conseguiram é que, qualquer casal gay terá os mesmos direitos que casais heteros e nisso está incluso a adoção, a família e à previdência social. Quem nunca ouviu falar de algum caso de um casal gay em que um dos dois chega a falecer e a família deste apoderasse de tudo que os dois construíram juntos, ou de um casal de lésbicas em que uma fica doente e a outra, que possui plano de saúde, não pode colocá-la como dependente?

Quem são as vítimas afinal? Se todos contrinuem da mesma forma para uma sociedade melhos, todos seguem os mesmos deveres,todos também não deveriam usufruir dos mesmos direitos, independente de "dogmas religiosos"?

Deve-se explicar isso para a juíza argentina, deve-se mostrar esses direitos adquiridos aos jovens indecisos e deve-se, principalmente, ensinar a igreja a ser mais tolerante, não só com os seus padres adoentados.

Continua...

3 de jul. de 2010

Insight Cinematográfico VII


O que mais me impressionou em O conformista foi a fotografia. Fiquei a imaginar como aquelas imagens idealizadas como pintura surgem em uma obra de temática tão carregada de violências (ideológicas e físicas, mais a primeira do que a segunda) e dirigido por um artista que vem da Nouvelle Vague. São cenas milimetricamente enquadradas, nos fazendo pensar quando começou o trabalho do fotógrafo Vittorio Storaro e quando findou a imaginação dominante do diretor para que o primeiro fizesse seu trabalho tranquilamente. Sabemos que tudo deve funcionar com uma organizada colmeia, mas quando nos referimos a uma estética cinematográfica, ao se discutir propostas e referencias, não iniciamos tal avaliação sem se referir as imagens. De quem são as imagens? Quem as captou ou quem as incluiu na obra? Mas, e sua totalidade (cenário, figurino, etc.), dependeria o fotógrafo de algo maior do que os seus enquadramentos?

Fora essa estupenda qualidade, o filme trás dois professores de Filosofia debatendo sobre a Itália de Mussolini (prestem atenção na discussão sobre o Mito da Caverna), duas belíssimas (e talentosas) atrizes e um final... Bem, tenho que assistir mais uma vez aquele final. Quem é aquela pessoa? De quem é aquela música? Porque criar novas dúvidas?

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Não entendi quando a Bravo colocou Crimes e Pecados entre os cem e não incluiu ao invés deste, outro filme de Woody Allen, como: Manhattan, A outra ou A rosa púrpura do Cairo. Agora eu entendo.

Duas semanas antes de assistir Crimes e Pecados, havia assistido Tudo pode dar certo, último filme lançado do diretor (ele já estar com outro pra ser lançado em Cannes) e me divertir muito. Para terem uma ideia Tudo pode dar certo (na minha inconveniente opinião) é uma mistura de Anne Hall e Poderosa Afrodite.

Ao assistir Crimes e Pecados, também notei algumas semelhanças deste com os outros. Como em Tudo pode dar certo, temos um filósofo, uma loira burra (naquele, uma ponta da Daryl Hanna), crises conjugais, Deus e Woody Allen (em Tudo por dar certo, interpretado por Larry David e em Crimes por... Woody Allen).

São temas centrais nas obras allenianas, dirão algumas especialistas. Mas como um diretor pode discorrer sempre dos mesmos temas e não cansar o seu público? Não sei se tenho a resposta, mas não imagino o Almodóvar sem suas corres berrantes e suas mulheres excêntricas, o Fellini sem os seus protagonistas com Síndrome de Épico e Pasolini sem seus temas sobre o totalitarismo ou seu humor quase pastelão.

Mas diferente do Pasolini, em Crimes e Pecados, Allen abraça seus principais temas cinematográficos de forma bem harmônica; a comédia que explora as crises existências de um casal e o drama que aborda a desilusão do homem diante de suas escolhas morais. E faz isso com um estilo que, de uma hora pra outra você se ver sorrindo de uma frase dita por uma Allen quase sedutor (“A última vez que estive dentro de uma mulher foi quando visitei a estátua da liberdade.”) e na cena seguinte uma pausa para refletir com o oftalmologista Judah Rosenthal ;

“Sempre fui um cético, mas tive formação religiosa. Por mais que a tenha questionado, mesmo enquanto criança, algum sentimento religioso deve ter permanecido comigo. Lembro-me do meu pai dizendo: “Nada escapa aos olhos de Deus”. Os olhos de Deus, que conceito para um garoto! Como seriam os olhos de Deus? Incrivelmente penetrantes, intensos, eu supunha. E me pergunto se foi mera coincidência ter me especializado em oftalmologia.”