22 de jun. de 2009

32º Festival Guarnicê de Cinema


Vamos logo ao X da questão. Recentemente São Luis recebeu mais um título; o que Capital Brasileira da Cultura. Para que isso serve? Para chamar mais turista (enriquecendo os cartéis hoteleiros e as “Pretas” da vida) e o governo estadual pedir mais dinheiro para o federal com o “intuito’ de investir mais na cultura. Quem mora na cidade há pelo menos cinco anos já notou como surgiu eventos culturas pela cidade, temos a Semana do Teatro, Semana da Dança, Semana do Teatro estudantil, Poemará, Feira do livro, exposições, serenatas, shows na Maria Aragão e o nosso Guarnicê de Cinema. A impressão que tivemos esse ano é que, por causa de tantos eventos, os patrocínios estão se racionando. Assim, tivemos apenas quatro dias de festival (pois o primeiro não conta) e um escasso programa para nós que almejamos por obras que só o festival pode nos proporcionar. Não sei de quem foi a culpa, e por isso não vou culpar ninguém, sei que a organização estava lá, indicando os filmes, correndo para levá-los para outra sessão, tentando disfarçar um buraco negro no meio do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. Ficou para mim, a constrangedora sessão Mostra Competitiva de Vídeos Bloco 03, em que foi apresentado um micro-documentário sobre a festa promovida para celebrar o Patrimônio Imaterial do Brasil que o nosso tambor de Crioula do Maranhão recebeu pela mãos do reggueiro Gilberto Gil. Não sei o que foi aquilo, a diretora (se assim posso chamá-la) filmou mais as celebridades que aqui estavam do que as dançarinas fazendo as suas pungadas ou os integrantes batendo os seus tambores. Pensei; - Já fizeram isso aqui no Maranhão... Não precisávamos ver a nossa cultura com os olhos de uma turista desinformada, e que por sinal não quis se informar, pois não entrevistou ninguém da dança. Outro vídeo que me decepcionou foi O Buraco Negro. Graças a Deus um dos realizadores adiantou logo que era um filme Ex-pe-ri-me-tal, mas tinha o nome do Frederico Machado, aquele que realizou o competente Infernos, sobre a poética do Nauro Machado (seu pai). Ao termino do filme pensei: - Caralho! Nunca fizeram isso aqui no Maranhão, e nem precisava. Ao final do bloco tive que votar do mini-documentário (dirigido por um cara que não nem daqui, olha a irrônia!)sobre o compositor e canto maranhense Antonio Vieira falecido recentemente. Não tive como não lembrar que, ano passado estava eu com o meu amigo Rodrigo em frente a Integração, depois de uma sessão agitada no Guarnicê, quando o Vieira apareceu e o meu amigo o cumprimentou; - Mestre Veira! Como vai senhor? - Apenas um ano, tantas mudanças.

Um comentário:

Unknown disse...

Interessante o texto e posso dizer até ousado, infelizmente não compareci ao festival este ano, mas reconheço, pelo que li, que foi extremamente fraco e "desconjuntado", faltou algo, investimento talvez, seja como for, não pode ser perdido de vista o foco principal, a valorização do cinema maranhense, o que a meu ver, não foi colocado, sendo que somente um filme maranhense concorreu ao prêmio. Parabéns pelo texto.
Estou esperando seus textos no MARANHARTE também.
Um grande abraço.