11 de jul. de 2009

Duas peças - Os Reitardados e Uma linda quase mulher

Lendo uma matéria da revista Bravo, na qual falava sobre os três grandes sucessos do cinema nacional nesse primeiro semestre de 2009, houve uma “feliz’ coincidência, tivemos três comédias levando muita gente para os cinemas; Se eu fosse vc II, Divã e A mulher invisível. Mas não é algo que o próprio brasileiro se espante, já que os grandes sucessos do nosso cinema sempre foram as comédias (quem não se lembra do talentoso Mazzaropi, das pornochanchadas, dos Trapalhões, etc.) e até a dita “retomada do cinema brasileiro” foi com uma comédia; Carlota Joaquina.

Não precisamos ir muito longe se quisermos compreender o porquê dessa predileção; primeiro o custo X benefício (comédias não precisam de grandes orçamentos), depois a temática; brasileiro gosta de sorrir (Lógico!? Nem tanto, os americanos adoram uma “desgraça” e os europeus um “drama”), e como não querer sorrir em um país em que a palavra ‘crise’ possui dezenas de sinônimos.

No Maranhão, os artistas cênicos estão começando a notar a lucrativa oportunidade desse filão temático. E dois exemplos eu tive a oportunidade de assistir ontem.

Primeiro a peça “Os reitardados”, com atores do projeto SAM (Sociedade dos Artistas do Maranhão), com vários personagens divididos em esquetes e como todo show de humor brazura muito irreverente e amoral (ou imoral?!).

Formado por gente nova (e competente), o espetáculo durou uma hora e quarenta, mas passou tão rápido que ficou um “gostinho-de-quero-mais”. Isto por que, apesar de parecer algo bem despretensioso, percebia-se a preocupação de não errar o texto, de contextualizar algumas situações, de preencher o palco com muito entusiasmo e de se emocionarem com os aplausos, os aplausos, suas verdadeiras recompensas.

Gostei muito do Paulinho Batalha , ele é muito espontâneo e cria rapidamente um carisma com a platéia, assim como as atrizes que fazem a cigana e a Maura Folia (hilária). Mais gostaria de dar uma dica para esses promissores comediantes, voltem-se mais para o que a nossa cultura nos oferece, sei que vocês já o fazem (sem declarações explícitas e desnecessárias), mas sabemos o quanto a nossa política (uma grande tragicomédia), as nossas festas, os turistas e o nosso vocabulário podem nos oferecer.

Nesse ponto, os atores da Companhia Deixa de bobagem fazem isso com as mãos amarradas nas costas. Claro, estamos falando de peças que possuem estratégias diferentes para cativar os seus públicos, mas que utilizam a mesma ferramenta “a linguagem caricata”.

A peça “Uma linda quase mulher’, já está na estrada há quase uma década e é um sucesso de público em São Luís. Se é teatro, se é "bobagem," isso não me interessa, eles possuem uma proposta e cumprem o que prometeram; muitas gargalhadas. Nesse caso, não podemos mas falar na peça sem apontar o talento do ator Arilson Ferreira, ou melhor a impagável Mia cara de gato, que é tão instintivo no palco que parece que cria tudo na hora (o que não é verdade, para quem já viu a peça mais uma vez sabe o quanto ele segue o roteiro e usa poucos cacos). Mas todos são bons: Erivelton Viana, Guilherme Telles, Denilton Neves e Mano Braga e Adeilson Santos (talentosíssimo!). Eles sabem que o público quer; SORRIR! - e fazem isso acontecer. Mas, um pedido: - Por favor, Uma linda mulher parte III !

Duas peças, uma noite divertidíssima.

3 comentários:

Talita Guimarães disse...

Olá, Flaviano!

também estive conferindo a apresentação de "Os Reitardados" na última sexta. Achei inclusive que tinha visto vc, mas fiquei na dúvida.
Quanto ao "Duas peças - Os Reitardados e Uma linda quase mulher", excelente texto, com boas considerações. Espero que agora nas férias eu consiga voltar a colaborar com o Maranharte.

Abraços,

Talita Guimarães

Eliaquim Maia disse...

porque apagaste os comentários..
;(

Flaviano Menezes disse...

depois eu explico..